5 de setembro de 2013

Como lidar com os conflitos ou Ser Embaixador de Cristo

Resiliência – a capacidade de lidar com conflitos
Texto bíblico: “De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” 2ª Cor. 5:20
O texto diz: “somos embaixadores da parte de Cristo”. Já reparou que parece que algumas pessoas têm tudo de forma mais fácil ou conseguem passar por problemas sem nenhum “arranhão” enquanto outras parecem ter uma vida acompanhada de sofrimentos? Por que razão acontece assim? Será injustiça divina? Fraqueza emocional?
O embaixador é uma pessoa cheia de dignidade e experiencia e por essa razão investida de autoridade. Os embaixadores de Cristo tornam-se por se terem unido a Ele na Sua causa (ver Atos 14:23). Distinguem-se pela sua fidelidade (1 Cor. 4:12); 1 Tim. 1:12), a sua compreensão  pessoal das grandes verdades do Evangelho resulta da experiencia e, diligencia no estudar, em orar, em ganhar almas e na edificação da igreja.

Texto bíblico: “E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação.” 2ª Cor. 5:18.
O texto diz: “nos deu o ministério da reconciliação.” Não sei se você já ouviu falar em resiliência. Resiliência é a capacidade de passar por conflitos e ficar bem, sem grandes prejuízos. A pessoa passa por problemas, mas não sucumbe a eles. Algumas pessoas são naturalmente mais resilientes do que outras e, por isso, acabam sofrendo menos, não por causa de uma menor “quantidade” de sofrimentos, mas por não se debilitar tanto ao passar por eles e, assim, consegue viver bem. Pessoas que são mais sensíveis ao sofrimento e cuja capacidade de lidar com eles é menos desenvolvida e natural são mais prováveis de sofrerem mais porque “mergulham” mais a fundo naquilo que aconteceu de ruim, concentram-se mais nos problemas. Portanto, uma primeira questão é esta: a diferença de atitude das pessoas com relação ao sofrimento.
A palavra “reconciliação” no NT é katallagé, “mudança”, “reconciliação”, significa contar de novo com o favor de Deus (Rom. 5:1,10; Col. 1:20). A ideia da reconciliação com Deus implica que no passado Deus e o homem desfrutavam de comunhão mútua, e que se separaram (Rom. 8:7), que Deus tomou a iniciativa para reconciliar o homem com Ele. Essa iniciativa dá ao ser humano reconciliado resiliência ou seja capacidade para ficar do lado d´Ele.

Texto bíblico: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.” 2ª Cor. 5:10. O juízo final é necessário para defender e justificar o carácter e a justiça de Deus (Sal. 51:4; Rom. 2:5; 3:26). O carácter de Deus requer que finalmente os que foram embaixadores, representaram O seu carácter sem recompensados.
Muitos podem pensar, que é injustiça algumas pessoas terem uma maior capacidade para lidar com problemas do que outras. No entanto, mesmo pessoas que não têm esta capacidade naturalmente desenvolvida podem desenvolvê-la, colocando em prática algumas atitudes diante do sofrimento (experimentar a dor, falar sobre o que dói, abstraírem-se da dor após já ter falado sobre ela, desenvolver novas atividades e não ficar somente concentrado nos sentimentos, ter fé, ajudar alguém através da empatia, se concentrar na solução do problema, e não no problema em si). Estes são alguns fatores individuais que influenciam no sofrimento de uma pessoa. Levam esta pessoa não a ser um estóico (http://pt.wikipedia.org/wiki/Estoicismo ) mas alguém consciente que o sofrimento do qual padece não tem causa em Deus e por isso dignifica o Senhor que tudo fez para estar ao lado (João 3:16).
Texto bíblico: “E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação.” Romanos 5:11.
O texto diz: “nos gloriamos em Deus”. Na verdade, não temos nada em nós mesmos nada de que gloriarmo-nos (Rom.3:27; 4:2), mas sim uma grande razão para que nos gloriemos em Deus, especialmente na perspertiva do seu amor salvador (Jer. 9:23,24; Rom. 5:5-10; 1 Cor. 1:31; 2 Cor. 10:17). É verdade que existem outros fatores que interferem, também, no sofrimento de uma pessoa além dos fatores individuais, que são os fatores familiares. Como a família (as pessoas que estão ao redor) lidam com o sofrimento? São empáticas ao sofrimento daquele membro da família que está sofrendo? Ajudam? Se disponibilizam a ouvi-lo a fim de que ele se alivie? Dão suporte de alguma forma? Colaboram para que aquela pessoa alimente os pensamentos negativos, compartilhando pensamentos e crenças também negativas? Se une à pessoa para encontrarem uma solução ou permite que ela viva o problema sozinha? Então, as atitudes de quem está ao redor da pessoa que está sofrendo por alguma questão, somado à forma como ela mesma é (os fatores individuais), influenciarão no alívio ou na piora do sofrimento dela.
Texto bíblico: “E pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.”
Ver “reconciliar ambos com Deus”, gr., apokatalásso, forma intensiva de katalássõ. Com esta figura o apóstolo refere-se particularmente à igreja cuja cabeça é Cristo (1:22). A mesma ideia se encontra na expressão “novo homem” (verso 15) e na palavra “corpo” (Ef. 1:23).
Se alguma vez se sentir maltratado/a leia Isaías 53:5, pode ler também João 1:29, ou 1ª Pedro 2:34 e terminar com Col. 1:21,22. E então, compreenderá qual o seu papel como resiliente/embaixador.
Lembre-se: E, fora estes fatores, está o fato em si que trouxe o sofrimento. Há perdas mais drásticas do que outras. No entanto, por mais que haja sofrimentos piores (por exemplo: morte de alguém comparado a um desemprego – as pessoas tendem a sofrer mais pela morte de alguém próximo do que a um desemprego, apesar de sofrerem, também, por causa de um desemprego), tem-se observado que não são os fatos em si que são os principais determinantes do grau de sofrimento da pessoa, e sim como a própria pessoa é e, portanto, como ela encara o problema.

José Carlos Costa, pastor