29 de outubro de 2012

Feitiçaria antiga e moderna

O relato escriturístico da visita de Saul à mulher de En-Dor, tem sido uma fonte de perplexidade a muitos estudiosos da Bíblia. Há alguns que assumem a posição de que Samuel estava efetivamente presente na entrevista com Saul; mas a própria Bíblia oferece base suficiente para uma conclusão contrária. Se, como alguns pretendem, Samuel estava no Céu, ele deveria ter sido chamado dali, ou pelo poder de Deus, ou pelo de Satanás. Ninguém poderá crer por um momento sequer que Satanás tivesse poder para chamar do Céu o santo profeta de Deus para honrar os enganos de uma mulher perdida. Tampouco podemos concluir que Deus o chamasse à caverna da feiticeira; pois o Senhor já Se havia recusado a comunicar-Se com Saul, por meio de sonhos, por Urim, ou por profetas. 1 Samuel 28:6. Tais eram os meios indicados por Deus para a comunicação, e Ele os não preteriria para transmitir a mensagem pela operação de Satanás.

A própria mensagem traz prova suficiente de sua origem. Seu objetivo não foi levar Saul ao arrependimento, mas impeli-lo à ruína; e isto não é a obra de Deus, mas a de Satanás. Ademais, o ato de Saul ao consultar uma pitonisa é citado nas Escrituras como um motivo por que ele foi rejeitado por Deus e abandonado à destruição: “Morreu Saul por causa da sua transgressão com que transgrediu contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a qual não havia guardado; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar. E não buscou ao Senhor, pelo que o matou, e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé”. 1 Crônicas 10:13, 14. Aqui declara-se distintamente que Saul consultou o espírito de adivinhação, e não ao Senhor. Ele não se comunicou com Samuel, o profeta de Deus; mas, mediante a feiticeira, entreteve comunicação com Satanás. Este não podia apresentar o verdadeiro Samuel, mas apresentou um falsificado, que serviu ao seu objetivo de enganar.
Quase todas as formas da antiga feitiçaria e encantamentos baseavam-se na crença da comunicação com os mortos. Aqueles que praticavam as artes da necromancia pretendiam ter relações com os espíritos dos mortos, e obter por meio deles conhecimento de acontecimentos futuros. A este costume de consultar os mortos se faz referência na profecia de Isaías: “Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram entre dentes; — não recorrerá um povo ao seu Deus? a favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos?” Isaías 8:19.
Essa mesma crença na comunicação com os mortos formou a pedra fundamental da idolatria gentílica. Os deuses dos gentios acreditava-se que eram os espíritos deificados dos heróis mortos. Assim a religião dos gentios era um culto aos mortos. Isto se evidencia pelas Escrituras. No relato do pecado de Israel em Bete-Peor, declara-se: “E Israel deteve-se em Sitim, e o povo começou a prostituir-se com as filhas dos moabitas. E convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu, e inclinou-se aos seus deuses. Juntando-se pois Israel a Baal-Peor”. Números 25:1-3. O salmista nos diz a que espécie de deuses estes sacrifícios eram oferecidos. Falando da mesma apostasia dos israelitas, diz ele: “Juntaram-se com Baal-Peor, e comeram os sacrifícios dos mortos“, isto é, sacrifícios que tinham sido oferecidos aos mortos. Salmos 106:28.
A deificação dos mortos tem tido lugar preeminente em quase todo sistema de paganismo, como também tem a suposta comunicação com os mortos. Acreditava-se que os deuses comunicavam sua vontade aos homens, e davam-lhes também conselhos, quando consultados. Desta natureza eram os famosos oráculos da Grécia e de Roma.
A crença na comunicação com os mortos é ainda mantida, mesmo nos países professos cristãos. Sob o nome de Espiritismo, a prática de comunicar-se com os seres que pretendem ser os espíritos dos mortos, tem-se espalhado largamente. É ela calculada a ganhar as simpatias daqueles que depuseram seus queridos na sepultura. Seres espirituais algumas vezes aparecem a pessoas sob a forma de seus amigos falecidos, e relatam incidentes ligados com sua vida, e efetuam atos que realizavam quando vivos. Deste modo levam os homens a crerem que seus amigos mortos são anjos que pairam sobre eles, e com eles se comunicam. Aqueles que assim pretendem ser espíritos dos mortos, são considerados com certa idolatria, e para muitos sua palavra tem maior valor do que a Palavra de Deus.
Muitos há contudo, que consideram o espiritismo como um simples engano. As manifestações pelas quais ele apóia suas pretensões a um caráter sobrenatural, são atribuídas à fraude por parte do médium. Mas, conquanto seja verdade que os resultados da velhacaria tenham sido muitas vezes apresentados como manifestações genuínas, tem havido também provas notáveis de poder sobrenatural. E muitos que rejeitam o espiritismo como resultado da esperteza ou astúcia humana, quando defrontados com manifestações que não possam explicar sob este ponto de vista, serão levados a reconhecer suas pretensões.
O espiritismo moderno, e as formas da antiga feitiçaria e adoração de ídolos — tendo todos a comunicação com os mortos como seu princípio vital — fundam-se naquela primeira mentira pela qual Satanás seduziu Eva no Éden: “Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes [...] sereis como Deus”. Gênesis 3:4, 5. Baseados na falsidade e perpetuando esta, são semelhantemente oriundos do pai da mentira.
Aos hebreus era expressamente proibido empenhar-se, sob qualquer forma, em pretensa comunicação com os mortos. Deus fechou eficazmente esta porta quando disse: “Os mortos não sabem coisa nenhuma. [...] E já não têm parte alguma neste século, em coisa alguma do que se faz debaixo do Sol”. Eclesiastes 9:5, 6. “Sai-lhes o espírito, e eles tornam-se em sua terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos”. Salmos 146:4. E o Senhor declarou a Israel: “Quando uma alma se virar para os adivinhadores e encantadores, para se prostituir após deles, Eu porei a Minha face contra aquela alma, e a extirparei do meio do seu povo”. Levítico 20:6.
Os “espíritos familiares” não eram espíritos dos mortos, mas anjos maus, mensageiros de Satanás. A antiga idolatria, que, como vimos, compreende tanto o culto aos mortos como a pretensa comunicação com eles, declara-se na Bíblia ter sido culto aos demônios. O apóstolo Paulo advertindo seus irmãos contra o participarem de qualquer maneira da idolatria de seus vizinhos pagãos, diz: “As coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus. E não quero que sejais participantes com os demônios”. 1 Coríntios 10:20. O salmista, falando de Israel, diz que “sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios”; e no versículo seguinte explica que os sacrificaram “aos ídolos de Canaã”. Salmos 106:37, 38. Em seu suposto culto aos mortos, estavam na realidade adorando demônios.
O espiritismo moderno, repousando sobre a mesma base, não é senão um reavivamento, sob uma nova forma, da feitiçaria e culto aos demônios que Deus condenou e proibiu na antiguidade. Acha-se ele predito nas Escrituras, que declaram que “nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”. 1 Timóteo 4:1. Paulo, em segunda carta aos tessalonicenses, indica a operação especial de Satanás pelo espiritismo, como um acontecimento a ocorrer imediatamente antes do segundo advento de Cristo. Falando da segunda vinda de Cristo, declara que ela é “segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira”. 2 Tessalonicenses 2:9. E Pedro, descrevendo os perigos a que a igreja estaria exposta nos últimos dias, diz que, assim como houve falsos profetas que levaram Israel ao pecado, haverá falsos ensinadores “que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou. [...] E muitos seguirão as suas dissoluções”. 2 Pedro 2:1, 2. Aqui o apóstolo indicou uma das mais assinaladas características dos ensinadores espíritas. Eles se recusam a reconhecer a Cristo como o Filho de Deus. Com relação a tais instrutores o amado João declara: “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho. Qualquer que nega o Filho, também não tem o Pai”. 1 João 2:22, 23. O espiritismo, negando a Cristo, nega tanto ao Pai como ao Filho, e a Bíblia denuncia-o como manifestações do anticristo.
Pela predição da sorte de Saul, dada mediante a mulher de En-Dor, planejava Satanás enredar o povo de Israel. Esperava que se lhes inspirasse confiança na feiticeira, e fossem levados a consultar a mulher. Assim se desviariam de Deus como seu conselheiro, e colocar-se-iam sob a guia de Satanás. O engodo pelo qual o espiritismo atrai as multidões é o seu pretenso poder de descerrar o véu do futuro, e revelar aos homens o que Deus ocultou. Deus desvendou em Sua Palavra diante de nós os grandes acontecimentos do futuro — tudo que nos é essencial sabermos; e deu-nos um guia seguro para nossos pés por entre todos os seus perigos; é, porém, intuito de Satanás destruir a confiança dos homens em Deus, torná-los descontentes com sua condição na vida, e levá-los a procurar conhecimento daquilo que Deus sabiamente lhes encobriu, e desprezar o que Ele revelou em Sua santa Palavra.
Há muitos que se tornam inquietos quando não podem saber o desfecho definido das questões. Não podem suportar a incerteza, e em sua impaciência recusam-se a esperar para verem a salvação de Deus. A apreensão de males impele-os quase à loucura. Dão lugar aos seus sentimentos de rebelião, correm de um lado para outro, com mágoa intensa, procurando entendimento a respeito daquilo que não foi revelado. Se tão-somente confiassem em Deus, e vigiassem e orassem, encontrariam consolo divino. Seu espírito se acalmaria pela comunhão com Deus. Os cansados e oprimidos encontrariam descanso para suas almas, se tão-somente fossem a Jesus; mas, quando rejeitam os meios que Deus ordenou para o seu conforto, e recorrem a outras fontes, esperando saber o que Deus recusou revelar, cometem o erro de Saul, e deste modo apenas obtêm conhecimento do mal.
Deus não Se agrada com esta conduta, e Ele o exprimiu nos termos mais explícitos. Esta impaciente pressa de rasgar o véu do futuro revela falta de fé em Deus, e deixa a alma aberta às sugestões do máximo enganador. Satanás leva os homens a consultar os que têm espíritos familiares; e, revelando coisas ocultas do passado, inspira confiança em seu poder para predizer coisas vindouras. Pela experiência adquirida através dos longos séculos, ele pode raciocinar partindo das causas aos efeitos, e predizer muitas vezes, com certo grau de precisão, alguns dos acontecimentos futuros da vida do homem. Assim está ele habilitado a enganar pobres almas transviadas, e levá-las sob seu poder, e conduzi-las cativas à sua vontade.
Deus nos deu esta advertência pelo Seu profeta: “Quando vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram entre dentes; — não recorrerá um povo ao seu Deus? a favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos? À Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta Palavra, não haverá manhã para eles”. Isaías 8:19, 20.
Aqueles que têm um Deus santo, infinito em sabedoria e poder, irão aos adivinhos, cujo saber vem de sua intimidade com o inimigo de nosso Senhor? Deus mesmo é a luz de Seu povo; Ele lhes manda fixar os olhos, pela fé, nas glórias que estão veladas à vista humana. O Sol da justiça envia ao coração Seus brilhantes raios; eles têm luz do trono dos Céus, e não têm o desejo de desviar-se da fonte de luz aos mensageiros de Satanás.
A mensagem do demônio a Saul, posto que fosse uma denúncia de pecado e uma profecia de castigo, não visava corrigi-lo, mas instigá-lo ao desespero e à ruína. Muitas mais vezes, porém, presta-se melhor aos intuitos do tentador atrair os homens à destruição pela lisonja. O ensino dos deuses-demônios, nos antigos tempos, favorecia a mais baixa licenciosidade. Os preceitos divinos, que condenam o pecado e impõem a justiça, eram postos de lado; a verdade era considerada levianamente, e a impureza não somente era permitida como também ordenada. O espiritismo declara que não há morte, pecado, juízo, ou condenação; que “os homens são semideuses não decaídos”; que o desejo é a mais elevada lei; e que o homem é apenas responsável a si. As barreiras que Deus ergueu para proteger a verdade, a pureza e a reverência, são afastadas, e muitos assim se tornam audazes no pecado. Não sugere tal ensino uma origem semelhante à do culto aos demônios?
O Senhor apresentou a Israel os resultados de entreterem comunicação com os espíritos maus, nas abominações dos cananeus: eles eram sem afeição natural, idólatras, adúlteros, homicidas e abomináveis por todo pensamento corrupto e prática revoltante. Os homens não conhecem seu próprio coração; pois “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso”. Jeremias 17:9. Mas Deus compreende as tendências da natureza depravada do homem. Naquele tempo, como agora, Satanás estava vigilante para acarretar condições favoráveis à rebelião, a fim de que o povo de Israel se tornasse tão aborrecível a Deus como foram os cananeus. O adversário das almas está sempre alerta para abrir canais à torrente livre de males sobre nós; pois deseja que sejamos arruinados e condenados diante de Deus.
Satanás estava decidido a conservar a posse da terra de Canaã; e, quando se tornou ela a habitação dos filhos de Israel, e a lei de Deus se fez a lei do país, ele odiou a Israel com ódio cruel e funesto, e tramou a sua destruição. Pela operação de espíritos maus, deuses estranhos foram introduzidos; e, por causa da transgressão, o povo escolhido foi finalmente disperso da terra da promessa. Esta história Satanás está esforçando para repetir em nosso tempo. Deus está tirando Seu povo das abominações do mundo, a fim de que guardem Sua lei; e, por causa disto, a ira do “acusador de nossos irmãos” não tem limites. “O diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo”. Apocalipse 12:10, 12. A terra antitípica da promessa está precisamente diante de nós, e Satanás está resolvido a destruir o povo de Deus, e separá-lo de sua herança. O aviso: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação” (Marcos 14:38), nunca foi mais necessário do que hoje.
A palavra do Senhor ao antigo Israel é também dirigida a Seu povo nesta época: “Não vos virareis para os adivinhadores e encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com eles” (Levítico 19:31); “pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor”. Deuteronômio 18:12.
Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, Capítulo 67.

Memória diante de Deus


As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus. Atos dos Apóstolos 10:4.
Favor maravilhoso, para qualquer homem nesta vida, é ser elogiado por Deus como foi Cornélio. E qual foi a razão dessa aprovação? — “Tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus.”
Nem orações nem esmolas têm em si mesmas qualquer virtude, para que recomendassem a Deus o pecador; a graça de Cristo, mediante Seu sacrifício expiatório, tão-somente, pode renovar o coração, e tornar aceitável a Deus nosso serviço. Esta graça operou no coração de Cornélio. Embora ele não conhecesse o Filho de Deus tal como foi revelado em Sua vida na Terra, o Espírito de Cristo lhe falara ao coração; Jesus o atraíra, e ele cedera à atração. Suas orações e esmolas não foram extorquidas dele, ou conseguidas com insistência; não eram o preço que ele procurava pagar a fim de assegurar o Céu, mas eram, sim, o fruto do amor e gratidão a Deus.
Tal oração, de um coração sincero, ascende ao Senhor qual incenso; e as ofertas à Sua causa, e as dádivas aos necessitados e sofredores, são um sacrifício que bem Lhe agrada. Assim as dádivas dos irmãos filipenses, que supriam as necessidades do apóstolo Paulo, quando prisioneiro em Roma, são chamadas “cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus.” Filipenses 4:18.
Orações e esmolas acham-se estritamente ligadas entre si, como expressão do amor a Deus e aos nossos semelhantes. São a atuação de dois grandes princípios da lei divina: “Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; e… amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Marcos 12:30, 31. Assim, embora nossas ofertas não nos recomendem a Deus, nem nos ganhem o Seu favor por merecimento, são uma prova de que recebemos a graça de Cristo. São uma demonstração da sinceridade de nossa profissão de amor.
As ofertas que são o fruto da negação de si mesmo, motivadas pelo amor, são representadas pelas palavras proferidas por Deus a Cornélio: “As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus.” Atos dos Apóstolos 10:4. Quem não deseja tais memórias — ações que estão perante Deus qual voz que fala em favor do instrumento humano, mantendo nosso nome sempre presente e fragrante no santuário celestial?
 
Ellen G. White, Nos Lugares Celestiais, pág. 314.

28 de outubro de 2012

Os Dez Mandamentos (Explicações)


Êxodo 20. 1 a 17
1 - Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim.
2 - Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.
3 - Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.
4 - Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.
 
5 - Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.
6 - Não matarás.
7 - Não adulterarás.
8 - Não furtarás.
9 - Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
10 - Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.
O recebimento de Deus dos Dez Mandamentos é um dos mais significativos acontecimentos do Antigo Testamento. A formação da nação judaica está conectada com os Dez Mandamentos. Realmente, antes do recebimento dos mandamentos, no Egito vivia uma tribo semítica de escravos humildes; após a legislação do Sinai surgia o povo chamado para crer e servir a Deus. Deste povo surgiram os grandes profetas, apóstolos e santos dos primeiros tempos do cristianismo. Deste mesmo povo nasceu da carne o Próprio Salvador do mundo — o Senhor Jesus Cristo.
As circunstâncias do recebimento dos Dez Mandamentos são narradas no livro do Êxodo, capítulos 19, 20 e 24. Há aproximadamente 1500 anos antes do Nascimento de Cristo, após os grandes milagres realizados pelo profeta Moisés no Egito, o faraó foi forçado a soltar o povo hebreu, o qual tendo atravessado milagrosamente o Mar Vermelho, caminhou para o sul pelo deserto da península de Sinai, dirigindo-se à terra prometida. No quinquagésimo dia após a saída do Egito, o povo hebreu chegou ao pé do monte Sinai e ali acampou. Moisés subiu ao alto do morro e o Senhor o chamou nestes termos: "Diz aos filhos de Israel: se obedecerdes à Minha voz e guardardes Minha aliança, sereis o Meu povo." Quando Moisés comunicou aos israelitas as palavras que Deus lhe ordenara repetir, eles responderam: "Faremos tudo o que o Senhor disse." Então o Senhor instruiu Moisés para preparar o povo a receber os mandamentos sob abstinência, jejum e orações. No terceiro dia uma nuvem espessa cobria a montanha. Relampeava, ouvia-se o estrondo de trovões e o som da trombeta soou com força. Todo o monte Sinai fumegava e tremia com violência. A multidão encontrava-se à distância e observava tudo com tremor. Do cume do monte Sinai o Senhor proclamou a Sua lei na forma de Dez Mandamentos, os quais depois foram expostos ao povo pelo profeta.
Tendo recebido os mandamentos, o povo israelita prometeu observa-los, e então ficou concluído o Testamento (aliança) entre Deus e os hebreus, que insistia na promessa que o Senhor fez ao povo de Sua misericórdia e proteção, e eles por sua vez prometeram viver honradamente. Depois disto Moisés subiu novamente à montanha e permaneceu ali jejuando e orando durante quarenta dias e quarenta noites. Ali o Senhor deu a Moisés outras leis eclesiásticas, civis e de higiene; ordenou que fosse edificada uma tenda-templo transportável e ditou regras a respeito de serviços sacerdotais e realização de oferendas em sacrifício. Ao final de quarenta dias Deus escreveu os Seus Dez Mandamentos, expostos antes por palavras, sobre duas tábuas de pedra (placas) e ordenou que essas placas fossem guardadas na "Arca da Aliança" (Arca dourada com querubins esculpidos sobre a tampa) para perpétua lembrança da Aliança entre Ele e o povo israelita. (O paradeiro das placas de pedra contendo os Dez Mandamentos é desconhecido. No 2o capítulo do segundo livro de Macabeus está escrito que durante a destruição de Jerusalém por Nabucodonosor no 6o centenário antes do Nascimento de Jesus, o profeta Jeremias escondeu as placas e alguns outros pertences do templo em numa caverna do Monte Nebo. Esse monte situa-se a 20 km a este do lugar onde o rio Jordão desemboca no mar Morto. Pouco antes da entrada dos israelitas na terra Prometida (1.400 anos A . C). Nesse mesmo monte foi enterrado o profeta Moisés. As repetidas tentativas para encontrar as placas de pedra com os Dez Mandamentos não foram coroadas de êxito).
O Significado dos Dez Mandamentos.
As leis, dadas pelo profeta Moisés ao povo hebreu, tinham como meta regularizar não apenas sua vida religiosa, como também a vida útil. Com o início do Novo Testamento, a maioria dos rituais e das leis civis perdeu seu significado e foram rejeitados pelos apóstolos (veja a decisão do Concílio Apostólico no livro Atos dos Apóstolos, cap. 15). Entretanto os Dez Mandamentos e outros mandamentos que determinaram a conduta moral do homem, compõem junto com os ensinamentos do Novo Testamento a única lei moral. Sobre os Dez Mandamentos é preciso dizer que eles contém as maiores bases da moralidade, retém princípios fundamentais, sem os quais seria impossível a existência de qualquer sociedade humana. Por esta razão eles aparecem como que "constituição" ou "carta Magna" na humanidade. Provavelmente, pela razão de tão extraordinária importância e inviolabilidade os Dez Mandamentos, diferenciando-se de outros mandamentos, foram escritos não em papel comum ou qualquer outro material reciclável, mas sim sobre pedra.
Conforme iremos ver, os Dez Mandamentos possuem um plano definido. Assim, nos quatro primeiros mandamentos fala-se sobre as obrigações do homem com relação a Deus; os cinco seguintes determinam as relações entre as pessoas. O último mandamento refere-se à pureza dos pensamentos e desejos.
Sem dúvida existem alguns traços similares entre os Dez Mandamentos e as leis das antigas nações que habitavam a parte noroeste da Mesopotâmia (conhecidas leis do rei Ur-Nammu (2050 ªC); do rei Bilalama, o governador Lipid-Akadian, o rei da Babilónia Hammurabi (1800 ªC.), diversas leis, como da Assíria, compostas perto de 1500 ªC.
Estes elementos similares e coincidências, podem ser explicados na unidade da lei moral colocada por Deus dentro da alma humana, Se a natureza humana não fosse prejudicada pelo pecado, provavelmente apenas a voz da consciência seria o suficiente para regular a vida pessoal e social da humanidade. Na diferença entre os Dez Mandamentos e as antigas legislações pagãs, pode-se perceber claramente a imperfeição moral dos seus autores.
Os Dez Mandamentos são expressados de maneira bastante resumida e se limitam em exigências mínimas.
É nisto que consiste sua grande vantagem: eles concedem à humanidade liberdade máxima na organização de seus afazeres cotidianos, determinando claramente apenas aqueles limites os quais não podem ser ultrapassados, sem abalar os princípios da vida comunitária.
Nosso Senhor Jesus Cristo em Seus sermões, com frequência, referia-Se aos Dez Mandamentos dando explicações mais profundas e completas. A este respeito iremos falar conforme estivemos comentando sobre os mandamentos.
Primeiro Mandamento.
"Eu sou o Senhor teu Deus; que tu não tenhas outros deuses, além de Mim."
Com este mandamento o Senhor Deus chama nossa atenção para Si mesmo, como Fonte de todo bem e como objetivo de nossas ações. Ele é eterno, Todo Poderoso, Omnisciente e vive na luz inacessível. Ele é o único Deus Verdadeiro, o Criador de Todas as coisas visíveis e invisíveis; Ele é o autor da vida, o Legislador, nosso Salvador Misericordioso e Benfeitor Amoroso. Por esta razão Ele merece todo nosso respeito, reverência e amor sincero. Seguindo este primeiro mandamento, devemos nos empenhar em conhecer a Deus e direcionar nossas ações para a glória de Seu nome. O Senhor Jesus Cristo nos mostrou este princípio dirigido, ensinando-nos a pedir em oração "Santificado seja o Teu nome. Venha a nós o Teu Reino, seja feita a Tua vontade assim na terra como no céu."
Desta maneira, o primeiro mandamento fundamenta nossa vida social e privada; constrói o alicerce em nossa vida. Por esta razão este mandamento ocupa lugar predominante entre os outros. Este mandamento dirige o olhar espiritual do homem para Deus e lhe diz: que o Senhor seja o primeiro objetivo dos teus pensamentos e aspirações. O saber de Deus — considere como o mais precioso conhecimento; Sua vontade — como autoridade maior; servi-Lo — como vocação vital. O Primeiro Mandamento revela toda a superioridade dos Dez Mandamentos sobre as legislações dos outros povos, tanto os antigos como os contemporâneos, pois coloca a fé como fundamento da moral e da vida. A experiência mostra que uma moral sadia só pode ser construída com base religiosa, pois sem a autoridade Divina todos os princípios humanos tornam-se condicionais, instáveis, pouco convincentes e sujeito a mudanças.
Na nossa época o primeiro mandamento é tão atualizado como há muitos milhares de anos atrás. Os contemporâneos estão sobrecarregados de toda sorte de conhecimentos e informações, porém a respeito de Deus e Sua participação em suas vidas, frequentemente, têm uma Ideia opaca. Nossa alienação de Deus priva nossa inteligência de conhecimentos espirituais indispensáveis e nossa vida torna-se tortuosa e agitada. A fim de encontrar o reto caminho em nossa vida, devemos saber mais sobre Deus e Sua revelação, através do estudo e meditação das Sagradas Escrituras, pela leitura dos Santos Padres e de outros livros religiosos recomendados pela Igreja. Esse processo de auto educação muito frutificará se acompanhado por oração e por um desejo sincero de tornar-se melhor Cristão. Esse conhecimento adquirido vai iluminar não só a mente, mas também permeará o coração e se transformará na luz de Cristo brilhando em boas ações.
 
Deste modo, o primeiro mandamento insere em si, de modo evidente, os mandamentos restantes. Mas, os mandamentos sucessivos revelam concretamente o sentido do primeiro.
Pecados contra o primeiro mandamento resultam da indiferença para com Deus e Seu conhecimento ou, o que é pior, pela rejeição deliberada da Sua vontade. Estes pecados incluem: o ateísmo (rejeição militante da existência de Deus), politeísmo (crença em muitos deuses), descrença ou agnosticismo (falta de vontade de aprender acerca Dele), superstição, abdicação da fé, desespero (descrença na Sua providência e misericórdia) e heresia (distorção da verdade revelada). É mais difícil se livrar dos pecados da mente do que dos atos pecaminosos. Eis porque os apóstolos falavam com energia e abnegação em defesa da preservação da pureza da fé em Deus.
Segundo Mandamento.
"Não fareis escultura e nem figura alguma do que está em cima nos céus, ou embaio sobre a terra ou nas águas, debaixo da terra; não te prostrarás diante delas e não lhe prestarás culto."
Com este mandamento o Senhor proíbe a criação de ídolos — físicos ou imaginários — servi-los, reverenciá-los e render qualquer tipo de homenagens.
Este mandamento foi feito nos tempos em que a idolatria era a epidemia da humanidade. Naquela época pessoas isoladas e povos inteiros divinizavam diversos elementos da natureza, astros celestes, imagens de pessoas e de animais, todo tipo de criatura grotesca — tudo aquilo onde a superstição obscura via algo inexplicável ou sobrenatural. A fé do Antigo Testamento e em subsequência os ensinamentos Cristãos trouxeram às pessoas a doutrina sobre o único Criador do universo e Pai Celestial que ama e Se preocupa com a humanidade. Com o passar dos séculos a fé cristã expulsou quase que completamente as antigas superstições e o paganismo atualmente está confinado a apenas alguns cantos do mundo como remanescente da escuridão de antigamente — parcialmente no Japão, China, Índia e entre tribos selvagens da América do Sul e África, no declínio de seus últimos dias. Lamentavelmente, a igreja católica romana, cedeu a estas influências abandonando “um assim diz o Sennhor”.
Existe nos nossos dias uma forma subtil de idolatria, que persiste mesmo entre aqueles que consideram qualquer adoração literal de ídolos como um ato pagão. Na verdade o espírito do segundo mandamento proíbe a adoração (ou a preocupação com) qualquer coisa mais do que a Deus. Quando qualquer objeto se torna, para alguém, algo ao qual ele dedica todos os seus pensamentos, tempo e energias, esse objeto transforma-se num ídolo. Não somente os descrentes mas muitos Cristãos contemporâneos estão principalmente preocupados em juntar riquezas materiais e fortunas mundanas, em fazer uma carreira de sucesso, em conseguir uma felicidade e/ou gratificações físicas. Existem muitos que se entregam a ideias políticas ou adoram líderes mundanos ou ainda artistas de cinema ou cantores famosos, e por causa de seus pequenos deuses temporários eles esquecem completamente do Verdadeiro Deus e a Salvação das suas almas. Para alguns, a ciência contemporânea tornou-se a autoridade suprema á luz da qual eles julgam e até rejeitam as verdades reveladas por Deus. No geral, qualquer coisa material ou temporal torna-se a mais importante coisa para alguém, em detrimento de sua alma, transforma-se num falso deus. Há ainda aquelas paixões violentas, tais como sexo, vício pelas drogas, alcoolismo, fumo, jogos, gula, avareza, vaidade, orgulho, etc..., que se transformam nos mestres cruéis de muitos. Quando o livro do Apocalipse prediz o aumento do paganismo no final os tempos, certamente refere-se a essa forma indireta de idolatria: " Para não adorar os demónios, e os ídolos de ouro, e de prata, e de bronze, e de madeira, e de pedra, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar..." (Apo 9, 20). O Apóstolo Paulo enumera a avareza como idolatria e em relação aos glutões ele diz: "cujo Deus – é o ventre" (cf. Col:3;5 e Fil 3; 19)
É notável que Moisés, através de quem Deus deu o mandamento que proíbe a idolatria, ao mesmo tempo recebeu de Deus ordens para que colocasse querubins dourados sobre a tampa da Arca da Aliança. Deus disse a Moisés: "Os farás nas duas extremidades da tampa... Ali virei ter contigo, e é de cima da tampa, do meio dos dois querubins, que te darei todas as minhas ordens." Do mesmo modo o Senhor ordenou a Moisés que bordasse alguns querubins na cortina, separando o Santuário do Santo dos Santos, e na parte interna cortinas de peles para servirem de tenda para cobrir sobre o tabernáculo (exo. 25:18-22 e 26:1-37). No templo de Salomão havia esculturas e figuras esculpidas de querubins em todas as paredes e cortinas (1 Reis 6:27-29 e 2 Cró. 3:7-14). E foram restaurados os querubins da tampa da Arca da Aliança. Quando o templo ficou pronto "a Glória do Senhor" (em forma de nuvem) enchia o templo (1 Reis 8:10,11). As figuras dos querubins foram aprovadas pelo Senhor.
Terceiro Mandamento.
"Não pronunciar o nome do teu Senhor Deus em vão."
Este mandamento proíbe fazer uso inutilmente do nome de Deus; por exemplo: em conversas fúteis e brincadeiras. Os pecados contra o terceiro mandamento incluem: jurar, ou seja, fazer juramentos em vão, blasfémia (palavras audaciosas contra Deus), ("Blasfemaste contra Deus e contra o Rei, trazei-o fora e apedrejai-o para que morra..."(1Reis 21;10)), sacrilégio (escárnio ou zombaria das coisas Sagradas), invocar a Deus como testemunha de assuntos terrenos sem sentido. Também brincar e gargalhar na Igreja são pecados contra esse mandamento.
O nome de Deus designa o Ser Supremo e Todo poderoso e por isso possui um enorme e miraculoso poder. Como aprendemos na Sagrada Escritura, a natureza submete-se instantaneamente ao nome de Deus, quando Ele for invocado com temor e reverência. Por exemplo, ao invocar Deus em suas orações, Moisés dividiu as águas do Mar Vermelho para que os Israelitas pudessem atravessar. O Profeta Elias orou para que não chovesse e não choveu por mais de três anos; e quando ele orou novamente, o céus concederam chuvas e a terra produziu seu fruto. O livro dos Atos dos Apóstolos narra a respeito de muitos milagres e exorcismos de espíritos demoníacos realizados pela invocação do Filho de Deus Encarnado, nosso Senhor Jesus Cristo. Por esta razão o nome de Deus deve ser invocado com temor e reverência, juntando nossos pensamentos, em oração, em pregações ou conversação séria a respeito Dele. O uso do nome de Deus em juramento é permitido exclusivamente em circunstâncias especiais tais como nos procedimentos judiciais. (veja Hebr. 6:16-17).
O nome de Deus, quando invocado com atenção e veneração atrai a graça de Deus para o homem, ilumina a mente e alegra o coração. Em nenhuma circunstância é permitido conversar ou gracejar na Igreja.
 
Quarto Mandamento.
"Lembra-te de santificar o dia de sábado: trabalharás durante seis dias e farás toda a tua obra. Mas no sétimo dia, que é um repouso em honra do Senhor teu Deus, não farás trabalho algum."
Com este mandamento o Senhor Deus ordena que trabalhemos durante seis dias e nos ocupemos de tarefas necessárias, e o sétimo dia dediquemo-lo ao Senhor e a boas obras. As atividades que agradam a Deus referem-se à preocupação com a nossa salvação, orações no templo de Deus e em casa, estudos sobre a Palavra de Deus, alimento da mente e coração de conhecimentos religiosos úteis, conversações religiosas virtuosas, ajuda aos pobres, visitas a enfermos e prisioneiros encarcerados, consolo aos aflitos e outras obras de caridade.
No Antigo Testamento o sábado ("Shabbash," que no antigo hebraico significa "repouso") era celebrado em memória à criação do mundo por Deus: "Ele abençoou o sétimo dia e o consagrou, porque nesse dia repousará de toda a obra da criação" (Gén. 2:3). Seguindo ao cativeiro na Babilónia depois de 400B.C., os escribas judeus começaram a explicar muito formalmente e com rigor a respeito do repouso do sábado, proibindo fazer qualquer coisa nesse dia, até mesmo as boas obras. Conforme se vê no Evangelho, os escribas acusavam até o Salvador de "transgredir o sábado," quando nesse dia Ele curava alguém. O Senhor explicava-lhes que "o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado" (Marc. 2:27). Com estas palavras entende-se que o repouso do sábado foi instituído para benefício físico e espiritual do homem, e não para sua subjugação ou privação de boas ações. O afastamento diário dos afazeres habituais oferece ao homem a possibilidade de reunir os seus pensamentos, renovar as suas forças físicas e espirituais, compreender o sentido do objetivo de seus esforços e sua existência no geral. O trabalho é necessário para a nossa vida temporária, mas não devemos perder de vista o objetivo maior da nossa existência – a salvação eterna. A observância Cristã do sétimo dia nos ajuda a corrigir o nosso caminho de vida.
O quarto mandamento pode ser quebrado de várias maneiras. Não só aqueles que trabalham aos domingos são os que transgridem o quarto mandamento, mas também aqueles que têm preguiça de trabalhar nos dias de semana e se esquivam das suas obrigações porque o mandamento diz especificamente: "trabalhe por seis dias." Também transgridem o quarto mandamento, aqueles que trabalham ao domingo, mas também aqueles que não se dedicam no Sábado a Deus. Passam o sábado a divertir-se e se entregam a orgias de todo o tipo e empreendimentos inúteis. Ao assim fazer eles "roubam" ao Senhor algo que Lhe pertence.
Os cristãos ortodoxos deveriam reacender dentro de si o calor dos cristãos dos primeiros séculos e esforçarem-se para todos os sábados irem à Igreja e terem comunhão com Deus e com os membros, cada membro da comunidade, estes que fazem parte do Corpo de Cristo. Assim fazendo, atrairão para si as benções do Senhor e a suas outras atividades se tornarão mais aproveitáveis.
O Quinto Mandamento.
"Honra teu pai e tua mãe, para que teus dias se prolonguem sobre a terra."
Com este mandamento o Senhor Deus nos ordena a respeitar nossos pais, e em troca promete uma vida longa e feliz. Honrar nossos pais significa: respeitar sua autoridade, amá-los, em nenhuma circunstância se atrever a ofende-los com palavras ou ações, obedece-los, ajuda-los nas dificuldades, se preocupar com eles quando estão necessitados, principalmente nas doenças ou na velhice, orar por eles tanto durante sua vida como também após sua morte. O desrespeito pelos pais é um grande pecado. No Antigo Testamento, "quem amaldiçoar seu pai ou sua mãe, será punido de morte" (Exo. 21:17, Mar. 7:10).
Em seus sermões O Senhor Jesus Cristo lembrava os Judeus da importância de honrar os pais. Sendo Filho de Deus, Ele respeitava Seus pais terrestres, era submisso à Sua Mãe e ajudava José em seu trabalho de carpintaria. O Senhor censurava os fariseus pelo fato de que eles negavam a seus pais ajuda no sustento necessário sob o pretexto de consagrarem seus bens a Deus. Com isto eles transgrediam o quinto mandamento (Mat. 15:4-6).
A família sempre foi e será a célula básica da sociedade e da Igreja. É por esta razão que os santos Apóstolos se preocupavam na sustentação das relações corretas entre os membros da família. Eles instruíam: "Mulheres, sejam submissas a seus maridos, porque assim convém ao Senhor. Maridos, amai as vossas mulheres e não as trateis com aspereza. Filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto agrada ao Senhor. Pai, deixai de irritar vossos filhos, para que não se tornem desanimados... Filhos, aprendam a exercer com a própria família o dever da piedade filial e a retribuir aos pais o que deles receberam, porque isto é agradável a Deus" (Efe. 5:22-23; 6:1-4; Col. 3:18-20; 1 Tim. 5:4).
Quanto ao relacionamento com pessoas estranhas, a fé Cristã ensina a necessidade de manifestar respeito a qualquer pessoa em conformidade com sua idade e posição: "Pagai a cada um o que lhe compete; o imposto, a quem deveis o imposto; o tributo, a quem deveis o tributo; o temor e o respeito, a quem deveis o temor e o respeito" (Rom. 13:7). No espírito desse preceito apostólico, o cristão deve honrar: os pastores e pais espirituais; os administradores civis, os quais se preocupam com a justiça, vida pacífica e bem-estar da nação; os educadores, professores e benfeitores e, em geral, todas pessoas mais velhas. Os jovens que não respeitam os mais velhos e os anciãos, considerando-os obsoletos e arcaicos, pecam profundamente. Ainda no Antigo Testamento, o Senhor falou através de Moisés: "Levanta-te diante dos cabelos brancos; honra a pessoa do velho e teme a teu Deus. Eu sou o Senhor" (Lev. 19:32).
Mas se eventualmente nossos pais ou superiores exigirem de nós algo contrário à fé e ou à Lei de Deus, então será necessário dizer-lhes aquilo que os apóstolos disseram aos líderes judeus quando esses insistiram que os apóstolos não deveriam pregar acerca de Jesus: "Julgai-o vós mesmos se é justo diante de Deus obedecermos a vós mais do que a Deus" (Atos. 4:19). Nestes momentos de conflito entre o Divino e o humano nós devemos estar prontos a suportar o que for preciso pois sofrer pela fé Cristã é parte integral de nosso chamamento em Cristo e será por Ele que sofreu injustamente, recompensado nos céus (Mt 5: 11-12).
Sexto Mandamento.
"Não matar."
O sexto mandamento nos ordena respeitarmos nossas vidas e a vida de nossos semelhantes como sendo o maior e o mais magnífico dos Dons de Deus. Somente o Autor e Doador da Vida pode determinar a sua duração.
À Luz desse mandamento, torna-se óbvio que o suicídio é um grave pecado. Além de ser um homicídio, ou suicídio inclui em si mesmo os pecados do desespero, da falta de fé e da rebelião insolente contra a providência de Deus. O mais terrível aspecto do suicídio é que, interrompendo violentamente sua vida, o suicida se priva da possibilidade de se arrepender de seus pecados, pois, após a morte o arrependimento não tem efeito.
E falando sobre o pecado do homicídio, o Senhor Jesus Cristo manda que arranquemos de nossos corações sentimentos de maldade e vingança, pois esses sentimentos são a causa última que nos conduzem a ações violentas contra terceiros. Em seu sermão da montanha Jesus disse: Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão será réu de juízo, e qualquer que chamar a seu irmão de raça será réu do Sinédrio; e qualquer que lhe chamar de louco será réu do fogo do inferno. Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; e ao que quiser pleitear contigo e tirar-te a vestimenta, larga-lhe também a capa; Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos. (Mat. 5:21-22 38-40 43-45). E o apóstolo João diz, "Quem odeia seu irmão é assassino" (1 Joã. 3:15). Portanto está pecando contra o sexto mandamento, qualquer pessoa que alimenta sentimentos de ódio e raiva contra seu semelhante, deseja sua morte e o difama, inicia brigas e lutas ou por qualquer outro caminho declara sua hostilidade ao próximo.
Além do físico, existe uma forma de assassinato espiritual que consiste num pecado ainda mais grave devido as suas consequências eternas: É o tentar alguém. Qualquer que desviar alguém de sua fé em Deus ou conduzi-lo ao pecado comete assassinato espiritual. (Tiago 1:15). O Salvador disse acerca da temeridade do pecado de tentar os outros: "Mas qualquer que escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar. Ai do mundo, por causa dos escândalos. Porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!" (Mat. 18:6-7).
Observações: Como deveria um Cristão olhar para a malignidades como guerra e pena de morte? Nem o Salvador, nem os Seus apóstolos ditavam às autoridades civis como eles deveriam resolver os seus problemas governamentais e comunitários. A fé cristã coloca para si como meta mudar o coração do homem. Enquanto o rancor residir dentro das pessoas, as guerras e assassinatos serão inevitáveis. A única verdadeira solução para estes problemas é que as pessoas superassem o mal em si próprias e reformassem os seus corações. Isso é precisamente o que almejam os Cristãos. Porém como sabemos, esse é um processo longo e difícil e porque condicionado a liberdade de escolha de cada ser humano dificilmente será bem-sucedido nessa vida temporal. Esta é a razão pela qual teremos um julgamento final onde Deus separara para sempre as ovelhas das cabras.
Apesar de qualquer guerra ser maligna deve ser considerada a diferença entre guerras agressivas e defensivas. Essa última deve ser reconhecida como menos maligna em comparação com a do inimigo invadindo um país e oprimindo seu povo.
 
Sétimo Mandamento.
"Não cometerás adultério."
Com este mandamento Deus ordena que marido e mulher preservem fidelidade mútua, e aos solteiros, que sejam castos — puros nos atos, palavras, pensamentos e desejos. Para não pecar contra o sétimo mandamento, é preciso evitar tudo aquilo que provoque sentimentos impuros como: dizer indecências, anedotas "picantes," músicas impudicas e embriaguez, assistir a filmes obscenos ou ver fotografias indecentes, leituras imorais. Explicando o sétimo mandamento no Sermão da Montanha Jesus Cristo diz: "Todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração" (Mat. 5:28).
Para se esquivar dos desejos impuros, é preciso se esquivar dos pensamentos pecaminosos logo que surjam, não dando-lhes a oportunidade de dominarem nossos sentimentos e vontades. Sabendo como é difícil para nós batalharmos contra as tentações carnais, o Senhor nos instruiu para sermos resolutos e sem piedade conosco quando elas surgem: "Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti, porque te é preferível perder-se um só de teus membros, a que o teu corpo todo seja lançado na geena" (Mat. 5:29). Este discurso figurativo pode ser assim reformulado: se alguém que lhe é tão caro quanto seu próprio olho ou mão, tentar seduzir você, imediatamente quebre qualquer vínculo com ele (ou ela). Será melhor para você se privar da amizade e favores desse alguém, do que se privar da vida eterna.
As leis contemporâneas fazem com que seja muito fácil divorciar-se e casar novamente. No entanto, os esposos Cristãos deveriam submeter-se ao Legislador Supremo que disse: "Não separe o homem o que Deus uniu" (Mat. 19:6).
Apesar de todos os esforços contemporâneos para justificar e mesmo legalizar o homossexualismo como algo comparável ao casamento, a Sagrada Escritura, sem nenhuma ambiguidade o coloca como um grave pecado. As antigas cidades de Sodoma e Gomorra foram destruídas precisamente porque seus habitantes eram homossexuais. (ver capítulo 19 do livro da Génesis.) Falando dessas cidades, o apóstolo Judas diz: "Assim como Sodoma e Gomorra... que havendo se corrompido como aqueles e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno." (Judas 1:7). O apóstolo Paulo no primeiro capítulo de sua epístola aos Romanos fala muito severamente dos homossexuais: Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. E, como eles se não importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convém; estando cheios de toda iniquidade, prostituição, malícia...(Rom 1: 26-29).
A respeito da corrupção carnal as Escrituras advertem "Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo", "Venerado seja entre todos o matrimónio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará." (1 Cor. 6:18; Hebr. 13:4). Além de ser um pecado, a vida incontida enfraquece a saúde e as capacidades espirituais especialmente imaginação e memória. É extremamente importante preservar a pureza moral porque "sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá" (1 Cor. 3:16-17).
Oitavo Mandamento.
"Não furtarás."
Aqui o Senhor Deus proíbe se apropriar daquilo que pertence aos outros. São vários os aspectos do furto: roubo, saque, sacrilégio (apropriação de objetos sagrados ou tratamento negligente com os mesmos), corrupção, vadiagem (quando recebemos pagamento por um serviço que não executamos), audácia (quando cobramos preços altíssimos dos necessitados, nos aproveitando de sua desgraça) e qualquer apropriação de propriedades alheias através de fraude. É considerado roubo quando uma pessoa se desvia do pagamento de uma dívida, esconde algo que tenha encontrado, mede e vende a preço falso, retém o pagamento dos serviçais e assim por diante.
A paixão pelo prazer e bens materiais, estimula o homem a roubar. Em contra peso a este amor pela riqueza a fé cristã nos ensina a sermos desinteressados, trabalhadores e caridosos: "Quem era ladrão, não torne a roubar, antes trabalhe seriamente por realizar o bem com as suas próprias mãos, para ter com que socorrer os necessitados" (Efé: 4:28). A mais alta virtude do cristão é a total benevolência e abdicação de todas propriedades. Isto é ofertado àqueles que se empenham para atingirem a perfeição: "Se queres ser perfeito, vai vende teus bens, dá-os aos pobres, e suegue-me e terás um tesouro no céu, — disse o Senhor ao jovem rico (Mat. 19:1).
O Nono Mandamento.
"Não levantarás falso testemunho contra teu próximo."
Com este mandamento o Senhor Deus proíbe toda sorte de mentira, como por exemplo: falsos testemunhos num julgamento, denúncias, fofocas, maledicência e calúnias. A calúnia (difamação) é considerada como ação do demónio, pois o próprio nome "diabo" significa "caluniador."
Qualquer mentira é indigna ao cristão e não está de acordo com o amor e respeito ao próximo. O apóstolo Paulo aponta para o seguinte: "Renunciai à mentira. Fale cada um a seu próximo a verdade, pois somos membros uns dos outros" (Efé. 4:25). Com relação à crítica o Salvador declarou categoricamente: "Não julgueis e não sereis julgados" (Mat. 7:1). O próximo não se corrige através da crítica ou ridicularização, e sim, através do amor, indulgência e bons conselhos. É preciso lembrar das próprias fraquezas. Geralmente é indispensável refrear nossa língua e privar-nos de palavras inúteis, pois, afinal a palavra — é um dom imenso do Criador. Os animais não possuem este dom. Quando falamos, nós nos assemelhamos ao Criador, Cuja palavra imediatamente torna-se ação. Por isso o dom da palavra deve ser utilizado exclusivamente para um fim benéfico e na graça de Deus. A respeito de palavras em vão, Jesus Cristo ensinava: "Eu vos digo: no dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado" (Mat. 12:36-37).
 
O Décimo Mandamento.
"Não cobiçarás a casa do teu próximo e não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seu escravo, nem sua escrava, nem seu boi, nem seu jumento, nem nada do que lhe pertence."
Com este mandamento o Senhor ensina a nos controlarmos contra a inveja e desejos impuros. Naquele tempo, quando os mandamentos anteriores falavam preferencialmente a respeito da conduta do homem, este último mandamento chama nossa atenção para aquilo que acontece dentro de nós: nossos pensamentos, sentimentos e desejos. Ele nos chama para procurarmos nos direcionar para a pureza da alma. Todo pecado começa pelos maus pensamentos. Se nos fixarmos nestes pensamentos surge o desejo pecaminoso. O desejo nos impede à ação. É por isso que, para lutarmos com êxito contra as tentações, é preciso aprender a intercepta-las logo no início — nos nossos pensamentos.
A inveja — é um veneno para a alma. Mesmo sendo uma pessoa riquíssima, se for invejosa, tudo para ela será sempre pouco e ela estará sempre descontente. "Os projetos dos pérfidos são abomináveis ao Senhor... É por inveja do demónio que a morte entrou no mundo, e os que pertencem ao demónio prová-lo-ão" (Prov. 15-26; Sabed. 2:24). Para não ceder ao sentimento de inveja é preciso agradecer a Deus por Sua misericórdia conosco, indignos e pecadores. Nós deveríamos ser aniquilados pelos nossos crimes, mas o Senhor tolera e ainda nos envia Sua misericórdia. Por nós o Filho de Deus derramou Seu Precioso Sangue. O apóstolo aponta: "Tendo alimento e vestuário, contentemo-nos com isto. Aqueles que ambicionam tornar-se ricos caem nas armadilhas do demónio e em muitos desejos insensatos e nocivos, que precipitam os homens no abismo da ruína e da perdição" (1. Tim. 6:8-10).
Um dos maiores objetivos na nossa vida é conseguirmos a pureza de coração. O Senhor habita dentro dos corações puros para torná-lo um templo do Senhor. O Senhor Jesus Cristo promete uma grande recompensa para aqueles que se abstém de todos pensamentos e sentimentos impuros: "Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus" (Mat. 5:8). O apóstolo Paulo instrui, "Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo."( 1Cor 3:16-17)
Conclusão.
Quando um jovem judeu perguntou a Jesus o que ele deveria fazer para herdar a vida eterna, o Senhor respondeu: "Observe os mandamentos!" e enumerou os mandamentos (Mat. 19:16-22). Em muitos outros sermões Jesus reiterou a importância dos Dez mandamentos e explicou o seu significado espiritual.
Resumindo os mandamentos, nós vimos que o primeiro nos ensina a colocar Deus no foco de nossos pensamentos e aspirações; o segundo — proíbe se render diante de qualquer coisa ou servir qualquer coisa em lugar de Deus, e ensina não nos subjugarmos aos desejos; o terceiro  - ensina a venerar e respeitar a Deus e Seu nome; o quarto — dedicar-Lhe o sétimo dia da semana e parte de nossa vida em geral; o quinto —ensina a honrarmos os nossos pais e os mais velhos em geral. Os próximos quatro mandamentos sugerem o respeito ao próximo e proíbem causar-lhe qualquer mal, como: privar a sua vida ou causar dano à sua saúde, atentar contra sua vida familiar, contra seus bens e sua reputação. Finalmente, o último mandamento proíbe a inveja e convoca à pureza de coração.
Deste modo, os Dez Mandamentos dão às pessoas a direção moral fundamental que é indispensável para edificar a vida particular, familiar e comunitária. A vida nos mostra que, enquanto o governo em suas legislações se guia com estes princípios morais e se preocupa em observá-los, a vida no país transcorre normalmente. Quando, porém, ele se desvia destes princípios e começa a desprezá-los, mesmo sendo um governo totalitarista ou democrático, a vida no país fica confusa e a catástrofe fica iminente.
O Senhor Jesus Cristo revelou o sentido profundo de todos os mandamentos, explicando que através de sua essência eles levam ao ensinamento sobre o amor a Deus e ao próximo: "Amarás o Senhor teu Deus de todo e teu coração, de toda tua alma e de todo teu espírito, e amarás teu próximo como a tí mesmo... Nesses dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas" (Mat. 22:37-40). Na luz de tão profundo entendimento, o significado dos Dez Mandamentos consiste no fato de que eles definem com clareza e exatidão de que modo nosso amor deve se exprimir e o que contradiz o amor.
Para que os mandamentos de Deus nos tragam benefício, é indispensável que os façamos nossos, ou seja, devemos esforçar-nos para que eles não apenas dirijam as nossas ações, mas para que eles se tornem a nossa concepção do mundo, penetrem em nosso subconsciente, ou, conforme a expressão figurada do profeta, sejam inscritas por Deus nas "placas" do nosso coração. Então, como experiência pessoal, nos convenceremos do seu poder de regeneração. O Justo Rei Davi escrevia a esse respeito: "Feliz o homem que não procede conforme o conselho dos ímpios, não trilha o caminho dos pecadores, nem se assenta entre os escarnecedores. Feliz aquele que se compraz no serviço ao Senhor e medita Sua lei dia e noite. Ele é como a árvore plantada na margem das águas correntes: dá fruto na época própria, sua folhagem não murchará jamais. Tudo o que empreende, prospera" (Sal. 1:1-3).

jcjc 

7 RAZÕES DA CRUZ


A cruz é o centro da fé. A cruz é a graça inaugurada.
A cruz deve ser o centro de nossa vida, se queremos que a graça nos seja suficiente.
Há um hino que afirma: "Eu amo a mensagem da cruz". E que mensagem é esta?
1. A cruz mostra que o nosso pecado nos separa de Deus.
Isaías disse aos seus contemporâneos: "as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, e por isso ele não os ouvirá" (Isaías 59.2).
Na verdade, esta era a situação da humanidade até Jesus fincar no Calvário a cruz e morrer nela. Aprendemos na Bíblia que o nosso pecado original nos separa totalmente de Deus, até que nos arrependamos. Também aprendemos que o nosso pecado atual nos separa de Deus, até que o confessamos e somos perdoados.
2. A morte de Jesus na cruz foi uma necessidade, para pôr fim à ira de Deus contra o pecado, que alcançou plenamente o seu objetivo: o de nos permitir a paz com Deus.
Com isto, a "ira de Deus" (a rejeição divina ao pecado humano) foi aplacada (tornada sem efeito, pela própria vontade e providência de Deus). Por isto, "quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele” (João 3.36). Na cruz, "Cristo nos amou e se entregou por nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus" (Efésios 5.2). Desde então, "tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo" (Romanos 5.1).
 
3. Na cruz Deus se identifica conosco.
O Pai sente a nossa dor. A morte do Filho foi algo real e não uma representação.
Jesus no jardim Getsémani, orando, é Deus se identificando conosco. Choramos? Jesus chorou. Tememos? Jesus temeu. Sentimo-nos abandonados? Jesus se sentiu abandonado. Somos atacados, açoitados, magoados? Jesus foi atacado, açoitado, magoado.
O Deus que se inclina, como aprendemos no Antigo Testamento (Daniel 9.18), se identifica com a nossa dor. A explicação para o sofrimento humano, como o experimentado por Jesus e por todos os seres humanos, não é uma explicação: é uma vivência divina. Deus viveu o nosso drama. Ter um Deus que sofre conosco é a mensagem da cruz.
 
4. Devemos morrer em Jesus, aceitando o seu sacrifício por nós.
Na cruz, "Deus ofereceu [Jesus Cristo] como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça" (Romanos 3.25a).
Aceitamos seu sacrifício quando confessamos o nome de Jesus como nosso Salvador (renúncia) e Senhor (compromisso). O que devemos é, "por meio de Jesus", oferecer "continuamente a Deus um sacrifício de louvor, que é fruto de lábios que confessam o seu nome" (Hebreus 13.15).
5. Devemos nos santificar permanentemente.
"Fomos santificados, por meio do sacrifício do corpo de Jesus Cristo, oferecido uma vez por todas". Por isto, "se continuarmos a pecar deliberadamente depois que recebemos o conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados, mas tão-somente uma terrível expectativa de juízo e de fogo intenso que consumirá os inimigos de Deus" (Hebreus 10.10, 26-27).
 
6. Devemos dizer que está a doer quando dói.
Diante da história de cruz, devemos ter a mesma atitude de Jesus diante do sofrimento. Ele, que pediu "passe-me" e disse que estava pronto, enfrentou o sofrimento, experimentando-o e gritando que doía.
7. O Deus que abandonou Jesus não nos abandona; logo, podemos confiar nEle, buscar por Ele, esperar nEle. 
Por um instante, Deus abandonou Jesus por causa do nosso pecado, mas aquele abandono se tornou vicário e não somos mais abandonados. Depois, Deus providenciou o cuidado pleno para Jesus, com seu corpo sendo perfumado, até ter ressuscitado e levado ao céu, onde está exaltado à direita de Deus, intercedendo por nós.
Então, tudo podemos em Jesus (Filipenses 4.13).

 jcjc

27 de outubro de 2012

A ORAÇÃO FAZ A DIFERENÇA

1.       A oração enfurece, provoca alarme e faz tremer a Satanás. Mateus 17:21 – “ Mas esta casta não se expele senão por meio de oração e jejum”.

“A oração enfurece Satanás porque ele sabe que sofrerá uma perda”. (Testimonies for the Church, T. I, p. 295).

“Ele detesta o nome de Jesus, nosso Advogado; e quando vamos fervorosamente a Ele pedindo ajuda, a hoste de Satanás se alarma”. (Ibidem, p. 296).

Satanás conhece muito bem o poder que pode ter os crentes quando dependem de Cristo para sua fortaleza. “Quando humildemente solicita ajuda do poderoso Conquistador, o mais débil crente na verdade, confiando firmemente em Cristo, pode repelir com êxito a Satanás e toda sua hoste.” (Testemunhos Seletos, Tomo I, p. 139)

 
2.       As maiores vitórias obtém-se com a oração – Génesis 32:26

“Disse este: Deixa-me ir, pois já rompeu o dia. Respondeu Jacó: Não te deixarei ir, se me não abençoares.”

“As maiores vitórias da igreja de Cristo, ou do cristão em particular, não são as que são ganhas pelo talento ou educação, pela riqueza ou favor dos homens. São as vitórias ganhas na sala de audiência de Deus, quando uma fé cheia de ardor e agonia lança mão do braço Todo-poderoso.”  EGW, Patriarcas e Profetas, p. 203.


Talento        -        É bom deseja-lo, mas não é a prioridade diante de Deus.


Educação      -        Os estudantes universitários procuram os títulos como uma importância máxima.  Mas, as    melhores qualificações não são as que nos proporcionam as maiores vitórias.


Riqueza        -       Se a Igreja tivesse milhões de dólares de reserva, talvez isso

    não aumentaria o número de pessoas convertidas a Cristo, a 

    menos que estivéssemos orando fervorosamente.


O favor dos Homens – Os políticos o buscam. Os executivos das empresas o

    buscam.  Alguns administradores da igreja dizem: “Se somente

    pudéssemos te-lo!”

Tanto para Igreja como para o cristão individual, as vitórias reais se obtém na câmara secreta de audiência com Deus.


OS SEGREDOS DA VITÓRIA CONTRA O PECADO

1.       Para evitar o pecado, necessitamos do que Paulo chama:

 
CONHECIMENTO – Filipenses 1:1

DISCERNIMENTO – COLÍRIO – Apocalipse 3:18

CAPACIDADE DE DIFERENCIAR  entre o bem e o mal.

Filipenses 1:9-11 – “E também faço esta oração; que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as cousas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o dia de Cristo, cheios do fruto de justiça, o qual é
 
2.       A primeira promessa da Bíblia oferece o ÓDIO PELO PECADO. – Gênesis 3:15 – “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”.

Estas palavras ditas a Lúcifer é também uma promessa para nós.  “E porei inimizade”. Esta inimizade para com o pecado e que ajuda-nos a odiá-lo, é a graça de Cristo.

A tendência do coração humano é rogar a Deus por indulgência, em lugar de suplicar repúdio pelo pecado.

Marcos 8:34 u.p. diz – “... Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”.

Com a ajuda de Deus exercemos, a cada dia, exercemos a prática da negação própria. Por exemplo, omitir uma sobremesa, não comer entre as refeições, freiar uma palavra de crítica, deixar de ver televisão um dia ou uma semana. Ao orar por isto, siga o que o Espírito Santo te sugerir.


3.       Lembre-se que o pecado aparecerá diante de você como muito

ATRATIVO” e “DESEJÁVEL”.  Mas quando este já for história, traz

consigo a DOR, e o REMORSO.

O pecado que pensamos cometer, atrai, fascina, seduz, engana. Mas uma

vez que foi levado à ação, os sentimentos são de amargura, pesar, tristeza e     arrependimento.

4.       Qualquer pecado que não VENCEMOS, se converterá em nosso AMO  

          NOS ARRUINARÁ. Tiago 1:14, 15.

“Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então a cobiça, depois de haver concebido, dá a luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte”.

Por exemplo, se você estiver mais fascinado pelo sexo, pela violência, pela televisão, pelos CDs, vídeos ou de visitar lugares que sejam impróprios, e outras coisas que nos separam de Deus; então, em pouco tempo você se converterá num escravo destas coisas. Não poderá livrar-se delas sem a intervenção direta de Deus.

1.       Se você tiver um PECADO CONHECIDO, o maior perigo será POSTERGAR a decisão de erradica-lo com a ajuda de Deus. II Coríntios 6:2

“ (Porque Ele diz: Eu te ouvi no tempo da oportunidade e te socorri no dia da salvação. Eis agora o tempo sobremodo oportuno, eis agora o dia da salvação).”

Cristo nos libertos do pecado com o maior prazer, e espera que permaneçamos nEle. Não nos obriga.  Ele sempre respeita a nossa escolha, ou a nossa decisão.’