19 de dezembro de 2010

NASCIMENTO, INFÂNCIA E PRIMEIROS ANOS DA VIDA DE CRISTO – II

“Satanás emprenhava-se em dissipar do mundo a luz divina, e pôs em jogo a sua máxima astúcia para destruir o Salvador. Mas Aquele que não dorme nem tosqueneja, velava por Seu amado Filho. Aquele que fizera chover maná do céu para Israel, e alimentara Elias em tempo de fome, providenciou em terra pagã um refúgio para Maria e o menino Jesus. E, mediante as dádivas dos magos de um país gentio, supriu o Senhor os meios para a viagem ao Egipto, e a estadia em terra estranha.” Desejado de Todas as Nações, p. 44
1. Que testemunho deu Simeão ao ver a Criança?
“E pelo Espírito foi ao templo, e, quando os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele procederem segundo o uso da lei, Ele então o tomou nos seus braços, e louvou a Deus, e disse: agora, Senhor, despede em paz o teu servo, segundo a tua palavra; pois já os meus olhos viram a tua salvação, a qual tu preparaste perante a face de todos os povos;
Luz para alumiar as nações, e para glória do teu povo Israel.” Lucas 2:27-32.
Nota explicativa: “E pelo Espírito foi ao templo,”. Como Simeão era “justo e piedoso” v.25, tinha andado na luz com a qual o céu tinha iluminado o seu caminho até esse momento, e os seus olhos estavam abertos para receber a Luz maior. Quão diferente foi a situação “o sacerdote fez a cerimónia do seu serviço oficial. Tomo a criança nos braços, e ergueu-a perante o altar.” DTN, p.36. o resultado foi que os seus olhos espirituais estavam completamente fechados quando se encontraram face a face com a luz da vida (João 1:7-11). Como não aproveitaram a luz que já tinha sido revelada, não estavam preparados para receber mais luz.
2. Como foi Jesus morar durante algum tempo para o Egipto?
Rª: “E, tendo-se eles retirado, eis que o anjo do Senhor apareceu a José em sonhos, dizendo: Levanta-te e toma o menino e sua mãe e foge para o Egipto e demora-te lá até que eu te diga; porque Herodes há-de procurar o menino, para o matar.” Mateus 2:11.
Nota explicativa: Desta forma, por sonho já o anjo tinha aparecido a José (Mat. 1:20)). O Egipto era então uma província Romana, no entanto, a jurisdição não pertencia a Herodes. A fronteira tradicional do Egipto, era a uns 150 quilómetros a sudoeste de Belém. Muitos judeus viviam no Egipto por esta época, e José encontraria abrigo junto de uma comunidade judaica.
3. Depois da morte de Herodes, para onde foi José com a família?
Rª: “E chegou e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno.” Mateus 2:23.
Nota explicativa: O termo “nazareno” pode sugerir vários significados; nazir “separado”; nétser (palavra hebraica), “vara” no contexto de profecias messiânicas (Jer. 23:5; 33:15; Zac. 3:8; 6:12). A palavra nétser também pode ser traduzida por “renovo” ou “rebento”. No entanto, o mais certo é que nazareno tenha a haver com o lugar, a aldeia de Nazaré, já pelo desprezo a que era votada este lugar e que é transferido para Cristo e para os Seus discípulos. Em João 1:46 (cf. João 7:52), vê-se claramente o sentimento popular em relação a Nazaré. O Messias seria “desprezado e rejeitado entre os homens” (Isaías 53:3; cf. Sal. 22.6-8). Jesus teria que aparecer não como um rei honrado, mas como um varão humilde entre os homens. Nem sequer como um belamita, para ter a honra de ser cidadão da cidade de David.
4. Que diz as Escrituras sobre a Sua infância?
Rª: “E o Menino crescia, e Se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre Ele. … E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito.” Lucas 2:40-51.
5. Como aconteceu ter José e Maria terem perdido Jesus, ao voltar de uma festa em Jerusalém, quando Ele tinha doze anos?
Rª: “Pensando, porém, eles, que viria de companhia, pelo caminho, andaram caminho de um dia, e procuravam-no entre os parentes e conhecidos; E, como não o encontrassem, voltaram a Jerusalém, em busca dele.” Lucas 2:44,45.
Nota explicativa: Jesus nunca tinha dado aos seus pais uma única razão para que se inquietassem. Pensaram que ele conhecia os planos de regressar com eles e que sabia o momento de partir. Eles pensaram que Ele estava no grupo (nestas viagens iam em grupos). Eles pensaram que estaria, mas de facto houve um descuido. Por descuido não é preciso senão um dia para O perder, uma vez perdido, porém, leva às vezes dias de aflitiva busca, como aconteceu a José e Maria, para encontrá-Lo outra vez.
6. Que fazia Jesus quando eles O tornaram a achar?
Rª: “E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os.” Lucas 2:46.
7. Que impressão causavam as Suas perguntas e respostas nos que O ouviam?
Rª: “E, todos os que o ouviam, admiravam a sua inteligência e respostas.” Lucas 2:47.
Nota explicativa: Estes dirigentes religiosos não conseguiam compreender como é que um menino que, bem sabiam, não tendo aprendido nas escolas dos rabinos (João 7:15), tinha tal capacidade de compreensão das profecias que Jesus evidentemente tinha. Deus tinha sido o seu professor por meio dos preceitos de Maria, e mediante o estudo que o próprio Jesus tinha feito dos profetas.
8. Com que palavras concluem as Escrituras o registo dos primeiros anos da vida de Cristo?
Rª: “E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens.” Lucas 2:52.
Conclusão: Os primeiros anos da vida de Cristo são um modelo para todas as crianças e jovens. Foi assinada pelo respeito e amor para com a Sua mãe. Era obediente a Seus pais, e bondoso para com todos. Aborrecia o pecado, e fazia ouvidos surdos a toda tentação. Procurava entender a razão das coisas, e assim crescia em conhecimento e sabedoria. Era cheio de simpatia e brando de coração, e sempre pronto a acudir ao oprimido, aflito e sofredor. Se amamos a Cristo, gostaremos de falar a Seu respeito; nossos mais ternos pensamentos serão em torno d´Ele; e, contemplando-O, seremos transformados à Sua imagem.