29 de junho de 2010

A OBEDIÊNCIA DA FÉ

“O campo da acção da fé começa onde as possibilidades cessam e onde a vista e a percepção falham.” George Muler.
“A fé que opera por amor e purifica a alma não achava lugar na união com a religião dos fariseus, feita de cerimonialismo e injunções humanas.” Actos dos Apóstolos, p. 15.
1. O que ordenou o Senhor a Abraão?“Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Partiu, pois Abrão, como o Senhor lhe ordenara, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e cinco anos quando saiu de Harã.” Génesis 12:1,4.
Nota: “Sai-te”, daqui em diante Abraão é o herói do livro de Génesis. A palavra (v. 1,2) do Senhor começa com uma ordem, continua com uma promessa e termina com uma bênção. Estes três importantes aspectos caracterizam toda a manifestação de Deus ao homem. As promessas de Deus cumprem-se, as Suas bênçãos cumprem-se e as Suas bênçãos recebem-se, tal só acontece quando os Seus mandamentos são obedecidos.
Está o homem desejoso que estes três requisitos se cumpram?
Em todo o caso Abraão “partiu”, sem argumentar e sem mencionar condições para a sua obediência. Simplesmente “foi”.
2. De que resulta a obediência de Abraão?
“Pela Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.” Hebreus 11:8
Nota: “obedeceu”, creu naquilo que Deus lhe disse e procedeu de acordo no que cria. A sua fé manifestou-se por meio de uma obediência fiel. Abraão não sabia para onde ia, sabia isso sim, que podia confiar nas instruções dadas por Deus.
Está pronto/a a confiar nas instruções de Deus?
3. Que ordem deu o Senhor mais tarde a Abraão?
“Prosseguiu Deus: Toma agora teu filho; o teu único filho, Isaque, a quem amas; vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que te hei de mostrar.” Génesis 22:2
4. Sobre que fundamento foram as anteriores promessas então renovadas a Abraão?“ E disse: Por mim mesmo jurei, diz o Senhor, porquanto fizeste isto, e não me negaste teu filho, o teu único filho, que deveras te abençoarei, e grandemente multiplicarei a tua descendência, como as estrelas do céu e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos; e em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste à minha voz.” Génesis 22:16-18.
Nota: O propósito de um juramento é reafirmar o que antes se afirmou. Os homens invocam Deus para jurar da sua própria honra e integridade. Pela simples razão que não há nada mais alto que Deus (Heb. 6:13), Deus jura por si mesmo (Isaías 45:23; Jeremias 22:5; 49:13). Deus ao comprometer-Se, está a seguir um costume familiar daquele tempo, a razão é convencer da segurança das Suas promessas divinas.
Que significa jurar neste contexto? Reafirmar fidelidade ao prometido.
5. Que habilitou Abraão a resistir à prova?
“Pela fé Abraão, sendo provado, ofereceu Isaque; sim, ia oferecendo o seu unigénito aquele que recebera as promessas.” Hebreus 11:17.
Nota: “sendo provado”, ou submetido à prova. Deus de antemão sabia o que Abraão ia fazer; a prova não era necessária para que Deus soubesse o que faria o patriarca. Mas Abraão necessitava para por essa vicissitude que o colocaria à prova pudesse amadurecer. Esta foi a experiencia máxima na sua vida.
6. Em que declaração da Escritura estava a obediência de Abraão realmente compreendida?“E se cumpriu a escritura que diz: E creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça, e foi chamado amigo de Deus.” Tiago 2:23 (vv. 21,22).
Nota: “amigo de Deus”, era comum entre os judeus (2ª Crónicas 20:7) aplicar este título a Abraão, e continua a ser entre os árabes. A límpida autenticidade da confiança de Abraão em Deus é um exemplo que todos devemos procurar imitar. As boas obras acompanham a fé e demonstram a autenticidade pela qual uma pessoa é justificada. Se não há “obras” é evidente que tampouco existe fé genuína (Tiago 2:17,20).
7. Que espécie de fé é válida para com Deus?“Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão vale coisa alguma; mas sim a fé que opera pelo amor.” Gálatas 5:6.
Nota: A fé que justifica é a fé activa. Aqueles que dizem, e não fazem, não são homens de fé. A obediência que á agradável a Deus é o fruto daquela fé que se apega à Palavra de Deus, e submete-se à operação do Seu poder, com a plena certeza de que o que Ele promete também é capaz de cumprir. É esta a fé que é imputada como justiça.
Nota: A fé autêntica é uma aprendizagem nunca acabada. Jesus é o nosso melhor exemplo: “E achado na forma de homem, humilhou-Se a Si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz.” Também é dito: “Ainda que era o Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.” (Filipenses 2:8; Hebreus 5.8).
Conclusão: “Aprendeu” ou “compreender” (manthanõ). Cristo pode compreender o que significa a obediência, esta provocou-Lhe sofrimento e morte: “tornou-se obediente até à morte, e morte de cruz” (Fil. 2:8). Veio a este mundo para fazer a vontade do Pai e nada o pôde desviar deste propósito. Cristo enfrentou uma luta constante por fazer a vontade do Pai; mas nem uma só vez cedeu à tentação. Como sabe por experiência pessoal o que implica a obediência humana à vontade Divina, pode “socorrer” a todos os que são tentados a desviar-se do caminho da obediência.
Estamos prontos a recorrer a Ele para não fraquejar?